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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Review - Bust a Groove - Playstation



Bust a Groove - Playstation

Quando eu começo a pensar em coisas que marcaram, ou mesmo que estivera sempre presente em minha vida, com toda a certeza uma dessas coisas seria a musica. Não consigo lembrar quando ou mesmo como essa paixão nasceu, talvez por ter pais que sempre escutavam (e escutam até hoje) musica o dia todo, ou por estar sempre rodeado por pessoas que escutavam musica quase que religiosamente. Não sei explicar, mais a musica sempre foi e até hoje é uma parte bem importante da minha vida como um todo, praticamente não consigo viver sem estar ouvindo alguma coisa.

E em 1998 no auge dos meus 15 anos de idade isso não era diferente, escutava musica o dia inteiro e a noite também. Mas obvio que como todo adolescente  eu também era um "rebelde sem causa" (risos), e como tal não poderia escutar qualquer coisa, não, os “Backstreet Boys” e seu mega hit “Everybody”, ou mesmo o tão famoso “É o Tchan!” com seu hit mais que popular “A nova loira do Tchan” não faziam a minha cabeça, apesar que tenho que admitir que quando alguma dessas dançarinas faziam alguma participação na tão popular “banheira do Gugu” eu fazia questão de assistir, tinha que prestigiar o trabalho das meninas né.

Mas voltando ao assunto, ou tentando voltar, eu sempre tive uma predisposição musical ao Rock and Roll e todas as suas vertentes, ta certo, a vertente do Heavy Metal sempre me atraiu mais, mas ainda sim escutava tudo do gênero sem frescura. E como todo adolescente eu também tinha os meus amigos, amigos esses que nem sempre escutavam o mesmo estilo musical que eu, óbvio, mas que em sua grande maioria eram também apaixonados/viciados pelos videogames. E em um certo dia, em meados de 1998 eis que um amigo meu (não lembro quem) me chama no portão de casa com um CD de jogo na mão, ele nem precisou falar, logo que eu bati os olhos já sabia que era algo que ele tinha acabado de comprar e estava querendo mostrar/fazer inveja para mim e os outros amigos que já estavam em minha casa jogando algum outro jogo. Coisa que era bem corriqueira, já que meus pais sempre foram bem sossegados quanto isso, então era mais que normal sempre ter um grupo de amigos jogando em minha casa.

Logo que tomei em minhas mãos aquele CD já me deparo com um nome nada normal, ou mesmo conhecido para mim ou para os outros ali presente. Era um tal de “ Bust a Groove” sei lá das quantas, olho aquela capa toda colorida com uns personagens nada familiar e pergunto, “qual o estilo desse jogo?”, a resposta veio mais rápido ainda, “é um jogo de dança onde você tem que acompanhar o ritmo das musicas fazendo comandos/movimentos que vão surgindo na tela”, pffff, nem preciso dizer qual foi a reação de todos ali presente, “nossa você jogou seu dinheiro fora nisso ai”, “o vendedor conseguiu em rolar pelo menos 1”, entre muitas outras coisas. Mas em fim, meio que a contra gosto quase que não querendo resolvemos então tirar o jogo que estávamos jogando para testar aquele CD e ver se pelo menos o jogo funcionava, porque para nos nada seria ainda mais engraçado do que se além do vendedor que conseguiu achar uma alma viva que comprasse aquele bendito jogo ainda tivesse vendido algo que nem funcionasse.

Assim que coloco o jogo para funcionar vejo a introdução do jogo que não era algo assim tão revolucionário, ainda mais naquela época onde vários jogos começaram a aparecer com introduções bem marcantes. Mais em fim, era só um jogo de dança quem liga, mas assim que entramos no menu do jogo e começamos a ouvir o tema de fundo em quanto o narrador ia falando algumas frases e você ia ali visualizando os personagens para ver com quem ia jogar, ali o jogo começou a me ganhar (mesmo eu não dando o braço a torcer até então). Logo o primeiro personagem que aparece para você escolher “Heat”, já me deixou bem curioso de como seria jogar aquele jogo, comecei a olhar os demais personagens, Frida, Strike, Hamm, Kelly, Shorty, Hiro, Pinky, Gas-O e Kitty-N, todos com um visual bem diferente um dos outros, deixando bem claro o estilo de dança que cada um iria apresentar. Após olhar todos os personagens escolho o primeiro “Heat” e meu amigo dono do jogo escolhe o mesmo para ele, o jogo passa pela tela de loading e em fim estamos na fase onde realmente o jogo/a batalha começava.

Naquela época eu deixava os cabos da saída de som do Playstation ligados ao meu aparelho de som, 6 caixas espalhadas por toda a sala começaram a emitir aquela musica vibrante e ainda como se isso já não bastasse o próprio visual da fase chamava muita atenção, onde víamos um ambiente rodeado por espelhos que ficavam refletindo chamas/labaredas de fogo por todos os cantos. Era tudo muito cativante mas ainda não tínhamos nem começado a jogar, após alguns instantes em fim começamos, logo descubro como seria as mecânicas básicas do jogo, onde apareciam alguns comandos que você deveria fazer com o D-Pad e no momento oportuno você apertava um dos botões que também faziam parte desse comando para que seu personagem começasse a fazer os seus passos e assim conseguir acompanhar a musica que estava tocando.

Logo no começo tive certa dificuldade, pois não conseguia acerta o comando no momento certo e isso estava me frustrando um pouco, enquanto que meu amigo estava conseguindo jogar muito bem. Já estava até estranhando, mas nem precisei perguntar, porque ele logo nos revelou que ele já tinha jogado aquele jogo antes e por isso tinha comprado, pensei comigo, "miserável veio aqui com esse jogo para conseguir se sair bem em alguma coisa". Jogamos a tarde toda aquele jogo, lembro que em um certo momento alguém olha e comenta “olha o Dissection, ele esta gostando tanto que até fica balançando o pé com o ritmo da musica”, e mais rápido do que uma flecha eu respondo “lógico que não, eu só estou fazendo isso para fazer uma marcação para eu saber o tempo certo de apertar os botões” porque afinal, eu era um “rebelde sem causa que escutava Heavy Metal” não podia gostar daquilo (risos).

No dia seguinte não deu outra, peguei os trocados que estava guardando para algum outro jogo e me dirijo até a banca/lojinha comprar uma copia daquele jogo para mim. Lembro de que quando cheguei para comprar o jogo existiam algumas outras pessoas que já estavam lá olhando outros jogos, pessoas essas que eu conhecia ao menos de vista. Então como se eu estivesse indo comprar drogas de algum traficante eu falo bem baixinho para que ninguém percebesse o jogo que eu estava querendo compra “tem um Bust a Groove ai?”, porque como eu já disse antes eu era um “rebelde sem causa” não poderia ser visto comprando tal coisa

Passei dias, até meses jogando aquele jogo, não conseguia parar de jogar aquilo, fiquei tão viciado que já conseguia jogar o jogo desabilitando os comandos que eram mostrados na tela e jogava só com as musicas de cada fase. Jogava com meus amigos sempre, e mesmo eles não conseguindo mais me acompanhar, eles ainda assim continuavam jogando. Mais lógico que existia alguém entre eles que era tão bom quanto eu, e quando a gente jogava era muito legal você ver o narrador falando “yeah!” ou “that's crazy” enquanto você ia acertando todos os comandos na hora exata, era bem empolgante.

O jogo tinha varias artimanhas para tentar fazer você ganhar do seu oponente, como por exemplo, na hora que você ia executar algum passo, que ao invés disso, você poderia tacar alguma coisa no seu adversário, tiros, lazer ou até fotos eram arremessadas, fazendo com que ele errasse o passo e você ficasse na frente. Mais é óbvio que existia um meio de desviar disso e com o tempo se a pessoal soubesse jogar nem precisava fazer isso, porque com certeza ela iria desviar e conseguir assim mais pontos. Outra coisa também que ajudava, era que em certo momento das musicas cada personagem fazia um solo onde se você acertasse toda a sequencia corretamente você conseguiria assim mais pontos. mais ai é que estava o truque, porque todos os personagens tinham sequencias secretas que não eram mostradas durante a dança, mas que se você na hora de seu solo executasse essa sequencia secreta ao invés da sequencia que estava sendo mostrado na tela, você conseguiria muito mais pontos e assim ficava na frente de seu adversário.

Ficar na frente do seu adversário também tinha todo o seu charme, porque a pessoa que esta ganhando nesse jogo vê o seu personagem sendo exibido em destaque na tela, enquanto que quem estiver perdendo já não consegue mais ver o seu personagem, pois o jogo só vai ficar mostrando os comandos que você tem que fazer e mais nada. Fora o fato que você poderia vencer de forma normal e ir para próxima partida ou ganhar com o direito de exibição do “Fever Time!!”, que nada mais era que uma dança (dança da vitória) que seu personagem fazia ao fim de uma partida caso você tivesse alcançado um numero “X” de acertos durante a partida, e que no final das contas, isso acabava virando mais um motivo de chacota com a pessoal que perdeu.

O jogo tinha uma fase para cada personagem, e como acontecia com os personagens cada fase era bem diferente da outra. foram bem criativos quando fizeram as fases para cada personagem, e uma coisa que eu achava bem legal, era que ao desenrolar das musicas se você estivesse indo muito bem, acertando todos os movimentos a fase começava uma espécie de autodestruição. Coisas como na fase de “Frida” que começava a chegar um furacão e ia destruindo tudo, ou na fase de “Heat” em que todos os espelhos começavam a se quebrar, ou ainda a fase do “Robo-Z” que era o chefe final do jogo, que você ficava em cima de um prédio enquanto que ao lado do prédio ficava o “Robo-Z” que era um robô gigante e que quando você começava a acertar todos os seus movimentos ele começava a interferir no trafico de carros causando várias colisões e explosões, mais tudo isso eram apenas interferências visuais nada que afetasse a jogabilidade do jogo.

Bust a Groove alcançou certa popularidade, era bem comum você encontrar pessoas que jogavam esse jogo e até mesmo entre o publico feminino você sempre encontrava varias meninas que gostavam de jogar esse jogo. O jogo foi desenvolvido pela “989 Studios” e distribuído pela “Enix” que lançou o jogo exclusivamente para plataforma Playstation, mas algum tempo depois o jogo veio a receber uma versão para Arcade feito pela “Namco”. O jogo no Japão é conhecido como “Bust a Move” mas como já existia um título com o mesmo nome nos EUA eles resolveram trocar para “Bust a Groove”, e no ano de 1999 o jogo viria a receber uma sequencia “Bust a Goove 2”, mas isso já é uma outra historia para ser contada em um outro momento.


Vídeo Gameplay



(Dissection)